24 de junho de 2004



Médicos descobrem mutação genética em bebê alemão

Médicos alemães descobriram uma criança que possui uma mutação genética em seus músculos. O bebê desenvolveu músculos fortes nos braços e pernas que o possibilitam levantar pesos de três quilos com os braços estendidos, algo que muitos adultos não conseguem fazer. Os músculos têm o dobro do volume do que os de crianças da mesma idade.

Uma análise de DNA demonstrou a causa de sua musculatura: seu organismo possui uma mutação genética que estimula o crescimento muscular. A descoberta, que aparece na edição de quinta-feira da revista "New England Journal of Medicine", representa o primeiro caso humano documentado com tal mutação.

Muitos cientistas acreditam que o descobrimento possa conduzir à elaboração de drogas para o tratamento de distrofia muscular e outras doenças que destróem os músculos. Essa droga despertaria também o interesse de muitos atletas, que desejariam melhorar seu rendimento muscular.

A mutação genética da criança bloqueia, segundo os médicos, a produção de uma proteína chamada miostatina, que limita o crescimento muscular. Há sete anos, investigadores da Universidade Johns Hopkins de Baltimore criaram um super rato ao suprimir a ação do gene responsável pela elaboração de miostatina nas células do organismo.

"Agora podemos dizer que a miostatina atua da mesma maneira nos seres humanos do que nos animais", disse o médico da criança, Markus Schuelke, do Departamento de Neurologia Infantil do Centro Médico Universitário/Charité de Berlin. "Podemos aplicar esse conhecimento nos seres humanos, inclusive em terapias para a distrofia muscular", acrescentou.

Dado o enorme potencial do mercado para tais substâncias, os pesquisadores de universidades e laboratórios tratam de já encontrar uma fórmula para limitar a quantidade e a atividade da miostatina no organismo. O laboratório Wyeth desenvolveu provas clínicas com um anticorpo destinado a neutralizar a miostatina.

O médico Lou Kunkel, diretor do programa genoma do Hospital Infantil de Boston e professor de pediatria e genética na Escola Médica de Harvard, disse que em um prazo de alguns anos pode-se ter êxito com tais provas.

Fonte: Terra

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