28 de maio de 2004



O LP 'BAIANO E OS NOVOS CAETANOS' foi lançado em 1974 para aproveitar o sucesso dos personagens Baiano e Paulinho, criados por Chico Anysio e seu maior parceiro, o cantor, compositor, ator e também humorista Arnaud Rodrigues. O grupo Baiano & Os Novos Caetanos fazia engraçadas aparições no Chico City, um dos vários programas que Chico Anysio teve na grade de programação da TV Globo durante os anos 70. A idéia surgiu depois da prisão de Gil e Caetano, era uma homenagem aos dois artistas cuja prisão sequer pôde ser noticada nos jornais nacionais, devido à censura.

Atitudes como essa ajudavam a transmitir a mensagem nas entrelinhas. Versos como 'Amo a mata, porque nela não há presos', 'o medo, a angústia, o sufoco, a neurose, a poluição, os juros, o fim, nada de novo... a gente de novo só tem os sete pecados industriais' eram carregados de denúncias sociais, neles a fome, a opressão, a censura.

A música era ambientada como se fosse um quadro de Chico City, com palmas, risadas e até participação de outro personagem de Chico, Lingote (alôôôô, é isso aí, malandro... tem que se ligar aí nesse som... mas o que é que eu tô fazendo nesse disco, malandragem?).

Além desse foram lançados também:

Volume 2 - Baiano e Os Novos Caetanos
1975 - Som Livre

A volta - Baiano e Os Novos Caetanos
1982 - Chico City

Sudamerica - Baiano e Os Novos Caetanos
1985 - Barclay


27 de maio de 2004


Alemão de 111 anos diz que segredo é sedentarismo


O homem mais velho da Alemanha, Hermann Doernemann, completa 111 anos hoje e diz que sua longevidade se deve a dois hábitos seguidos à risca: não fazer esporte e tomar diariamente uma cerveja do tipo "Altbier". A revelação foi feita hoje pela filha dele.

Doernemann renunciou a qualquer tipo de fama e vai comemorar o aniversário na intimidade familiar, com sua filha Rita Klein, seu neto e seus dois bisnetos. Outro "segredo" da longevidade, segundo ele, é a ingestão da água de ferver batatas, muito rica em vitaminas.

Nascido em 1893 em Essen-Altenessen, Doernemann foi engenheiro eletrônico durante 42 anos, profissão que exerceu primeiro em Ratingen a partir de 1922 e em Düsseldorf, desde 1947.

Ele vive na casa de sua filha desde 1984, quando morreu sua mulher, com a qual teve também um filho que morreu no ano passado.

Doernemann é o homem mais velho da República, mas há uma mulher nascida um ano antes que ele no estado federado de Baden-Württemberg (sudoeste do país).

Fonte: Terra

25 de maio de 2004

TABACARIA (Fernando Pessoa)
(15-1-1928)

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a pôr humidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.

Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.

Estou hoje perplexo como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.

Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa,
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei-de pensar?

Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!


Gênio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim...
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
Não estão nesta hora génios-para-si-mesmos sonhando?
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
O seu sol, a sua chuva, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
Escravos cardíacos das estrelas,
Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordamos e ele é opaco,
Levantamo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.

(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folhas de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)


Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
A caligrafia rápida destes versos,
Pórtico partido para o Impossível.
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
A roupa suja que sou, sem rol, pra o decurso das coisas,
E fico em casa sem camisa.

(Tu, que consolas, que não existes e por isso consolas,
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -,
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
A mim mesmo e não encontro nada.
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)

Vivi, estudei, amei, e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente.

Fiz de mim o que não soube,
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado. Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.

Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-te como coisa que eu fizesse,
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo, Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.

Mas o dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olho-o com o desconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, e eu deixarei versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, e os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,
Sempre uma coisa defronte da outra,
Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.

Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?),
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.

Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.

Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino me conceder, continuarei fumando.

(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheço-o: é o Esteves sem metafísica.
(O dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o dono da Tabacaria sorriu.


21 de maio de 2004


O que devemos fazer agora?



O que devemos usar para preencher os espaços vazios
Onde ondas de fome rugem?
Devemos atravessar este mar de rostos
À procura de mais e mais aplausos?
Devemos comprar uma guitarra nova?
Devemos dirigir um carro mais potente?
Devemos trabalhar com afinco através da noite?
Devemos entrar em brigas
Deixar as luzes ligadas
Jogar bombas
Fazer turismo no Oriente
Contrair Doenças
Enterrar ossos
Destruir lares
Enviar flores pelo telefone
Encher a cara
Ir em psiquiatras
Não comer carne
Raramente dormir
Manter pessoas como animais de estimação
Treinar cães
Corrida de Ratos
Encher o sótão de dinheiro
Enterrar tesouro
Armazenar prazer
Mas nunca relaxar por completo
Com nossas costas para o muro

20 de maio de 2004

Júpiter MAÇÃ

A marchinha psicótica de Dr. Soup


"Antes de nada eu gostaria de explicar
Segue agora um mosaico de imagens mil
Chamado a marchinha psicótica de Dr. Soup
A noiva do arlequim e o malabarista
Chegaram juntos com a fada e o inspetor nazista
Chacretes e coristas em teatros de revista
Bem-vindos a orgia niilista
Aih que gostoso que delícia
Muito mais paulista
Anunciavam o homem-bala e a mulher canhão

A musa do pinóquio era bolchevista
A mais formosa melindrosa pega na suiça
Suiça para ela era pegar rapaz

E para provar minha querido
o meu amor tão radical
Eu escrevi essa marchinha para tocar
no carnavaaaaal
..."


inexplicável !

19 de maio de 2004


Rir, o breve verbo rir


A mala nada na lama
A base do teto desaba
A droga do teé todo da gorda.
Laço bacana para panaca boçal

Seco de raiva. coloco no colo caviar e doces.
O teu drama é amar dueto.
E até o papa poeta é
Tucano na cut.
Reter e rever para prever e reter.
Ele pode por acaso sacar o pé do Pelé

Oto come doce seco de mocotó
A diva em Argel alegra-me a vida
A torre da derrota
É meteoro. E teme.
Roma me tem amor

Ame o povo poema
A morte do galo no lago de Troma
Anotaram a maratona.
É, amor, eu quero mäe
É, tio, na Somàlia bailamos a noite.
Eva, asse e pape essa ave.
O cio na rapariga agirà paranoico.

Rezo credo para poder cozer.
Sair e tolerar e... loterias
Sairam o tio Sá e as oito Marias.
Sós, reveses e teses. E versos?

Palíndromos

Morram após a sopa marrom

18 de maio de 2004

O Anjo Bêbado das estradas. por mauro dahmer

São Fransisco. Noite. Enquanto um bando de girafas maneja garfos e facas para comer seu delicioso churrasco, um conversível solitário se acidenta saltando o muro de cactus em flor. Apesar do forte estrondo, o rapaz que dorme na casa não percebe nada e, em sono profundo, encarna um zumbi de sua época. Nem morto nem vivo, protege seu estado mental daquilo que o papai pós ?guerra tenta lhe enfiar goela abaixo. Cool. Na vitróla da década de 50 tocam Chat Baker ou as Quatro Estações. Sexo, Jazz e paraísos artificiais. Amanhã é dia de pegar a estrada de volta para Nova Iorque. Nada de entrar para o corinho dos contentes. Mais tarde aguns críticos vão dizer que ele e seus amigos eram apenas doidões em busca de aventuras. Estavam enganados. Jack Kerouac escreveu como um príncipe de sua época e como ninguém fizera antes.

Jean-Louis Kerouac nasceu em 1922, filho da voluntariosa classe operária americana que venceu guerras e batalhas, aceditou na liberdade e, supostamente, ajudou a construir a maior democracia do Ocidente, daqual todos os seus filhos deveria se orgulhar.

De ascendência franco-canadense e formação católica, numa américa protestante, Jack Kerouac teve seu quinhão trágico na vida real e dele fez a sua escrita. Sorte nossa.

Depois de tentar remediar a situação financeira da família conquistando uma bolsa de estudos, jogando futebol americano, na Columbia University, começou a andar com uma turma da pesada pelas ruas de Nova Iorque. Allen Ginsberg, Neal Cassidy, Lucien Carr e William Burroughs, entre outros. Entrou para a marinha mercante, onde provavelmente adquiriu o gosto pela vida errante e pela aventura. Em terra, tomando o rumo da costa oeste, inventou uma América nova que ficava no meio de uma estrada, no nada. Descobriu na batida do jazz, em hotéis baratos e no convívio com seus amigos uma nova onda. Já tinha publicado The Town and the City, quando numa de suas viagens escreveu uma das novelas que definitivamente mudariam sua vida e a cara do mundo em que vivemos hoje. Em On The Road, Keourac inaugurou sua prosa espontânea, influenciada pelos beats do jazz e pela escrita automática dos surrealistas. Inventou algo estranho demais para o seu tempo e pagou caro por isso. [...]

*artigo publicado no jornal Zero Hora em 23 de outubro de 1999
uma
palavra
escrita é uma
palavra não dita é uma
palavra maldita é uma palavra
gravada como gravata que é uma palavra
gaiata como
goiaba que é uma palavra gostosa.


Chacal

17 de maio de 2004


75% dos fumantes estão em países pobres


O tabagismo é uma verdadeira epidemia nos países pobres, onde estão 800 milhões de fumantes, o equivalente a 75% do total mundial, e 17% do orçamento doméstico destas pessoas se destina à compra de cigarros, revelou neste sábado a Secretaria mexicana de Saúde.

"Esta epidemia provoca gastos ao nível mundial de quase 200 bilhões de dólares com o tratamento de doenças causadas pelo consumo de cigarros", informou a entidade, em função do Dia Mundial sem Cigarro, que será celebrado em 31 de maio, com o lema "Fumar Empobrece".

Na América Latina, uma pessoa morre a cada minuto vítima de uma das 25 doenças relacionadas com o fumo. Por ano, o vício provoca 550 mil óbitos.

No México, as mortes causadas pelo tabagismo são 150 por dia, a maioria de pessoas em idade produtiva entre 40 e 55 anos. Aproximadamente 29% da população são fumantes (29 milhões de pessoas), segundo números da secretaria de Saúde.

Fonte: Terra

14 de maio de 2004


Anunciado feixe hipersônico direcional


A empresa novaiorquina International Robotics, que se auto-intitula a maior em tecnologia de ponta para efeitos especiais de exibições publicitárias, inventou o que muitos julgavam impossível: um de feixe sonoro hipersônico direcional (Hypersonic Sound Beam). Agora, é possível fazer com que determinada platéia ou um só indivíduo escute uma mensagem sonora direcionada.

O feixe sonoro é criado por um gerador paramétrico de som similar aos utilizados por oceanólogos (e que não funcionam no ar) e pode ser enviado a uma distância de até pouco mais de 90 metros. Enquanto o feixe viaja pelo ar não emite qualquer ruído (o hipersom não é audível para humanos), até se encontrar com a superfície para a qual foi direcionado e assim propagar as ondas sonoras somente no local onde atingiu. Ou seja, o feixe é capaz de fazer com que paredes, tetos, painéis e até pessoas se tornem virtualmente "caixas acústicas".

Quando o feixe é direcionado a uma pessoa em especial, ela supostamente experimenta a sensação de ouvir o som "dentro da cabeça", da mesma forma como ocorre ao se escutar música por meio de fones de ouvido. De acordo com a própria International Robotics, as aplicações para essa nova tecnologia são inúmeras. Elas vão desde o desenvolvimento de brinquedos a até a criação de guias virtuais em parques e museus. Porém, a mais interessante (e também a mais perigosa, para quem gosta de teorias da conspiração) é o fato de ser possível direcionar uma mensagem para alguém que esteja no meio de uma multidão bem barulhenta, como numa estação de metrô ou num show de rock, já que não haveria qualquer interferência do ambiente sobre o hipersom.

Isto significa que, quando menos se espera, a cabeça de alguém pode ser invadida por uma mensagem. Como diria o Comissário Gordon, o eterno amigo de Batman: "isso faria um grande estrago se caísse em mãos erradas". A empresa não divulga ainda o valor do produto, mas para outras informações oferece o e-mail info@internationalrobotics.com.

Fonte: Terra

13 de maio de 2004



Meu nariz, é um mau nariz.

11 de maio de 2004




Doutor: Meus senhores, vou lhes apresentar
A figura do homem popular,
Esse tipo idiota e muquirana
É um bicho que imita a raça humana.


- O homem: O doutor exagera e desatina
Pois quando o pobre tem no seu repasto
O direito a escola e proteína
O seu cérebro cresce qual um astro
E começa a nascer pra todo lado
Jesus Cristo e muito Fidel Castro


- Doutor: Veja o pobre de hoje: quer tratar
Do direito, da lei, ecologia.
É na merda que eles vão parar
Ou na peste, maleita, hidropisia.


- O homem: Mas o Direito, na sua amplitude
Serve o grande e o pequeno também.
Além disso quem chega-se à virtude
E da lei se aproxima e se convém
Tá mostrando ao doutor solicitude
Por querer o que dele advém.




DESAFIO (Tom Zé / Gilberto Assis)
Centro de Mídia Independente
BARBÁRIE NA PUBLICIDADE
Por Antonino Condorelli 09/05/2004 às 16:03

Concessionária de carros de Natal usa a violência contra a mulher para atrair clientes


Hematomas, arranhões, esparadrapos tapando feridas... O rosto de uma mulher espancada, o rosto de milhares, milhões de brasileiras que todo dia, nos seus próprios lares, sofrem a mais covarde forma de violência: a doméstica.

Mas este rosto não é a foto de uma matéria de jornal sobre violência contra a mulher. É a propaganda de uma concessionária de carros de Natal (RN), a Via Costeira, produzida pela agência de publicidade Lumina e publicada na edição de 29 de abril do jornal Tribuna do Norte, um dos dois diários de maior difusão no Rio Grande do Norte. A logomarca que aparece no anúncio é a da Wolkswagen, multinacional alemã da qual a Via Costeira é concessionária. A propaganda mostra este rosto de mulher espancada com a chamada: "Mecânica, funilaria e pintura Via Costeira. Tá na cara que precisa".

Mais uma vez, a mulher é coisificada para produzir lucro, através da sua comparação com a carroceria de um carro. Além disso, a alusão à violência doméstica não é apenas de um horrível mau gosto: é um desrespeito, um insulto, um ultraje à dignidade de todas as pessoas de sexo feminino, aliás, de todas as pessoas com consciência. Para quem viveu ou vive na própria pele, todo dia, esta barbárie, uma propaganda como esta não é só uma ofensa: é uma lâmina que abre feridas impossíveis de cicatrizar.

A violência banalizada, reduzida a mera questão "estética", e a coisificação da mulher, mais uma vez, são utilizados como veículo de produção de lucro.
Pelo visto, este último - na ótica da agência de publicidade que fez o anúncio, da concessionária que o aprovou e dele se beneficiou e do jornal que o publicou - tem prioridade sobre a dignidade da mulher e da pessoa humana.

continua ...




PUSH PIN STUDIO
Estudio fundado em 1954 de reputação internacional por inovações gráficas e ilustrativas.

Aqui

10 de maio de 2004

7 de maio de 2004

imaginem a cena...


Homem pede para piloto de avião ir mais rápido


Um passageiro de um vôo que ia de Dubai ao Paquistão foi detido hoje logo depois que a aeronave pousou por tentar entrar na cabine do avião para pedir que o piloto fosse mais rápido.

O ministro da Informação do país, xeique Rashid Ahmed, disse que ainda não se sabe o que levou o passageiro paquistanês a fazer isso. Os aeroportos paquistaneses aumentaram a segurança esta semana após informações de inteligência terem indicado que um grupo terrorista planejava seqüestrar um avião.

Um funcionário da inteligência disse que o passageiro, identificado como Majid Latif, discutiu com a tripulação e depois tentou se aproximar do piloto. O passageiro e sua bagagem foram revistados e nenhuma arma foi encontrada.

Fonte: Terra

Eu sou uma doença






Rumsfeld pediu desculpas por ter escondido as informações sobre os abusos no Iraque



Você pode ser a cura

6 de maio de 2004

Hoje vi uma menina de uns seis anos comendo um picolé azul.

Cheguei perto e olhei:

_Era um celular!!!

5 de maio de 2004



Sua dieta vai dar certo? Faça o teste aqui e descubra





haHahAHahaHAhAHa


Onde fica o mundo mágico dos doces?

Doces .. entenderam?

4 de maio de 2004


Futebol e Rock'n Roll?

André Bertolucci - O que você escutava na época?
Tutti Frutti, Rita Lee, Casa das Máquinas, Made in Brasil, era o rock da época, anos 70, MPB eu gostava bastante, Alceu Valença, Moraes Moreira, Geraldo Azevedo, a MPB era forte, tinha peso, não é isso que é hoje.

Oswaldo Colibri Vitta - E internacional?
Deep Purple, Beatles, Janis Joplin...

Fernando do Valle - E de hoje você não curte nada?
Novo, meu, difícil... Red Hot Chilli Peppers, acho legal, Pearl Jam, mas muito pouco, meu, eu não gosto muito das bandas de hoje.

Débora Pivotto - Nem nacional?
Rappa, Charles Brown Júnior, às vezes, dependendo da música. Chico Science, eu achava legal, mas sou muito fiel aos anos 80 no rock nacional: Titãs, Ira, Plebe Rude, é o que mais ouço de música nacional.

Thiago Domenici - E os seus filhos escutam o quê?
A coisa que eu mais me preocupei foi isso. Futebol eu deixei à vontade...

Sofia Amaral - Eles gostam de futebol?
O mais velho não, esse está fazendo faculdade de Rádio e Televisão.

Tatiana dos Santos - E a idade deles?
Um 18, um 14 e outro 11. Os dois pequenos gostam de futebol pra cacete.

Thiago Domenici - Você falou que se preocupou, como assim?
Ah, eu só colocava rock pra eles. O meu filho tem 11 anos, quando tinha quatro, ele entrava no carro e falava: “pai, coloca Titãs”; com seis, ele já procurava a música que ele queria, e eles gostam de rock os três, eu tive influência, pressionei.

André Bertolucci - Você tocava guitarra?
Muito pouquinho. Adoro guitarra, fiz conservatório na Itália um ano e meio, mas não tenho o dom, não consegui aprender. Eu olhava e pensava como é que os caras conseguiam fazer, tentei umas três vezes, mas não toco nada.

Oswaldo Colibri Vitta - Você casou e foi pra Itália? Conta a história do love no Corinthians...
Minha esposa jogava vôlei no Corinthians, aí um dia eu saí do treino e encontrei com ela, fiquei apaixonado na hora e comecei a ver o treino todos os dias. Ela não estava nem aí. Daí conheci as meninas e pensei: “onde ela estiver, eu vou estar”. Aí as amigas me falavam: “hoje nós vamos jantar em tal lugar, eu ia, hoje tem jogo no Pinheiros, e eu lá em todos os lugares, só não estava no quarto dela. Ai acabei conhecendo, pichei o muro do Corinthians...

Sofia Amaral - Pichou o muro do Corinthians?
O nome dela é Mônica, fiz o desenho da Mônica (HQ), fui ao Corinthians à noite, pichei e escrevi um negócio pra ela, aí eu fui buscar ela no treino e ela teve uma surpresa.

Débora Pivoto - Mas o que você escreveu?
“Fica comigo”.

Antonio Martinelli Jr. - Qual é sua outra paixão fora o futebol?
Gosto de música.

Antonio Martinelli Jr. - Mas você dedica um tempo a isso?
Muito. Perco tempo porque não toco nada, aí perco tempo mesmo. Mas sempre guardo alguma coisa relacionada à música para fazer. Em rádio, só faço música. Fiz esporte na Rádio Globo no ano passado e sai porque não quero fazer esporte no rádio, quero fazer aquilo que gosto, é a minha segunda paixão e quero fazer também. Então, guardo rádio para fazer música. Compro tudo, tenho uns 800 Cd's, compro Dvd's. Ontem mesmo comprei o Dvd do Led Zeppelin de um show de 1973 que é sensacional, aí já levei de contrapeso o Alice Cooper. Vou comprar o Sem Destino que saiu agora, sensacional. Gosto de musical, de opera-rock. Minha segunda paixão é tudo que está relacionado com música. Quando estou em casa, estou vendo ou um filme, que gosto muito também, ou música.


[..] Confira o resto desta emocionante história em: Caros Amigos

3 de maio de 2004


Ignorância do outro mundo


Aprendi nas aulas de catecismo que religião é questão de fé; e fé, sabemos, independe de experiência ou interpretação. Aceitam-se os pontos fundamentais e indiscutíveis da religião, qualquer religião, ou não se tem fé.

Esse princípio simples, ensinado a meninos (naquele tempo as aulas de catecismo eram separadas por sexo) de 9 ou 10 anos, bastaria para responder a pergunta da revista IstoÉ (edição nº 1.803, de 28/4/2004). Na matéria "Saber do outro mundo", a revista pergunta: "Ciência e religião não combinam, certo?". Certíssimo. Não combinam mesmo, e a revista deveria parar por aí. A IstoÉ, no entanto, não parou, e o resultado foi uma das matérias mais mal informadas dos últimos tempos – o que não é pouco, considerando-se os padrões baixíssimos da imprensa brasileira.

No samba do jornalista doido da IstoÉ crenças tradicionais misturam-se com espiritismo, astrologia, umbanda, telepatia e bioenergética. Como seria tedioso fazer o inventário completo das tolices da matéria, examinaremos uns poucos pontos. De início, ficamos sabendo que nos Estados Unidos busca-se a aproximação entre ciência e religião. A IstoÉ deve dispor de fontes melhores do que a prestigiosa revista Nature. Em trabalho de 1998, Larson e Witham [LARSON, J. ; WITHAM, L. "Leading scientists still reject God". Nature, v. 394, n. 6691, p. 313, 1998] mostraram que a crença em Deus entre os cientistas de elite diminuiu acentuadamente desde o começo do século e hoje é adotada por apenas 7% dos pesquisadores entrevistados. Isto é, 93% dos cientistas não têm religião.

[...]

A religião impede a construção do conhecimento porque parte de conceitos apriorísticos. A crença em Deus não é tratada como hipótese, mas como verdade acima de qualquer questionamento. Isso é o oposto da ciência. Alguns cientistas contemporâneos, como o agnóstico Stephen Jay Gould, tentaram contemporizar insistindo na idéia dos "diferentes magistérios" para separar os domínios da ciência dos da religião. O conceito é intelectualmente insatisfatório e apresenta problemas insuperáveis para a religião.

No instante em que a religião é autorizada a violar as leis da física, ela se torna objeto de questionamento científico; no instante em que a ciência investiga questões consideradas tradicionalmente transcendentais – a origem da vida e do universo –, ela invade o terreno da religião. Começando por Kepler e Galileu, a ciência foi empurrando Deus para cada vez mais longe dos homens. Se a religião aceitar as limitações do universo objetivo de Monod e explicações naturalísticas para a existência diária, Deus ficará limitado a uma descontinuidade fundamental do espaço-tempo, ou qualquer que seja a explicação cosmológica contemporânea. É disso que Stephen Hawking fala quando diz estar perto de "ler a mente de Deus".

Como é improvável que religiões renunciem a prerrogativas milenares, continuaremos a assistir ao espetáculo desgraçado que José Saramago chamou de "fator Deus", que tantas misérias causou e tantas outras causará.

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