9 de outubro de 2003
















SHOWRNALISMO

A mídia, no mundo contemporâneo, transforma tudo em espetáculo: eleições, catástrofes naturais, guerras, escândalos, histórias do cotidiano, crimes. Em Showrnalismo, José Arbex Júnior mostra como a atividade jornalística foi transformada em mero show, obedecendo hoje às mesmas regras que regem o espetáculo: seduzir e emocionar é mais importante do que informar e analisar. O noticiário, mesmo impresso, deve manter o ritmo do videoclipe: precisa ser rápido, ágil, de fácil entendimento, de preferência ilustrado e em cores, curto, sem exigir esforço de reflexão e disposto de forma esteticamente agradável e sedutora. O importante é causar impacto, prender as atenções, assegurar altos índices de audiência, vender.
A mídia promove, assim, a diluição completa das fronteiras entre os gêneros informativo, de entretenimento e publicitário, e é nessa divisão que reside o grande perigo. Ao tratar a notícia como show e o show como notícia, a mídia atribui-se o poder de manipular as informações, estimular ódios e simpatias, gerar consensos. Ela não se limita a divulgar as notícias: ela também impõe, dentro de certos limites, a maneira pela qual as notícias devem ser lidas e percebidas.
Showrnalismo é o resultado da tese de doutorado que José Arbex Júnior defendeu, em setembro de 2000, no Departamento de História da USP. Mas é, sobretudo, resultado de sua própria experiência como repórter especial, editor de Exterior e correspondente internacional, pela Folha de S. Paulo, em Nova York e Moscou, e das coberturas que fez de alguns dos eventos internacionais mais importantes do século passado, incluindo a queda do Muro de Berlim e a Primavera de Pequim.





Autor: José Arbex Jr.



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