1 de setembro de 2003

MANHÃ DOS 40
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Na manhã dos meus 40 anos penso na vaidade dos homens.
Dos que vivem pelo corpo e não no corpo.
Dos que malham seus músculos e os deixam rígidos,
todavia suas almas são moles e "brocham" nos momentos que a natureza
apaga suas luzes.
Dos que pintam o rosto, mas não colorem a aura de dourado e azul.
Dos que tingem o cabelo de dourado, mas jamais tornam suas idéias
brilhantes.
Dos que fazem flexões, porém nunca reflexões!
Dos que levantam pesos, mas deixam de aliviar suas cargas.
E na plena manhã dos meus 40, eu tive uma bruta certeza.
Que a vida humana na Terra parece uma viagem de férias!
Onde seguem, os turistas, inconscientes, pagando seus pedágios.
Rumam aos oceanos da estupidez e, literalmente, descem as serras.
Passam protetor solar fator 20, todavia queimam, duramente, a pele da
aura.
Tiram suas vestes, oferecem a carne, mas deixam sua alma a
descoberto.
A vaidade se vai na idade.
Quando se descobre que é preciso se descobrir afinal.
Quando se percebe que é necessário percepção.
Quando se sente que não amamos o suficiente.
Quando se toca que é tempo de se tocar.
Quando se aprende que, definitivamente, passamos de ano,
mas somos reprovados por faltas e por provas.
E na plena manhã dos meus 40,
eu já não tenho mais certeza de nada.
Deixo de apagar as velinhas para acender uma luz,
que o meu coração cisma em acender cada vez que eu busco a
imortalidade.
Eu não faço anos, os anos é que me fazem!

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