2 de março de 2005



Existe um suprimento de combustível que não tem custos, é ilimitado e não gera qualquer poluição quando usado. Há, porém, um pequeno problema. Quando você tenta usá-lo, talvez exploda parte do universo acidentalmente.


Estará acabado antes que qualquer um possa dizer "ops, desculpe". Em um laboratório em algum lugar, alguém tenta entender e controlar este tipo de energia completamente nova e exótica.

Mas, o experimento sai de controle. De repente, uma grande explosão. E então nada -- nosso planeta, o sol, todos os planetas do sistema solar e até mesmo algumas estrelas das redondezas viraram pó estelar.

E explicar o que ocorreu de errado não é tão simples. Estamos falando de física quântica aqui: a física das pequenas partículas que desaparecem e que compõem toda a matéria do universo.

Em física quântica, tudo é completamente diferente de nossa vida cotidiana. Partículas quânticas podem estar em dois lugares ao mesmo tempo, e podem comportar-se como ondas e como partículas. Na verdade, quando você ouve um físico quântico falar sobre 'partículas', não pense em pequenas bolinhas. 'Partículas' quânticas são melhor comparadas com tons musicais: elas estão definitivamente lá, mas você não pode vê-las ou pegá-las.

Uma das propriedades mais confusas
das partículas quânticas é que elas passam a existir a partir do nada. Sugue todas as moléculas de ar de uma garrafa, produzindo um vácuo completo -- e as partículas quânticas ainda estarão lá. Elas surgem em pares do nada. Em uma minúscula fração de segundos elas surgem juntas e --- zupt! --- já foram.

Precisamente este 'vácuo quântico' único que talvez um dia abra as portas para uma novíssima fonte de energia. Suponha que você pode pegar algumas destas 'partículas-que-surgem-do-nada'. Claro que será preciso ser muito rápido. Mas se você
conseguir, terá colhido partículas 'do nada'. E, já que matéria e energia são basicamente a mesma coisa (de acordo com a célebre fórmula de Einstein: E=mc²), terá energia surgida do nada! As vantagens são inimagináveis. Aí está uma fonte de energia que nunca acaba, está em todo lugar, é extremamente barata e não causa poluição alguma.

Mas, de novo, há um pequeno mas alarmante risco.
Talvez haja energia demais. Escavar o vácuo quântico talvez gere uma reação em cadeia que não pode ser parada, liberando uma crescente quantidade de energia. Na verdade, ninguém sabe quanta energia será liberada: cálculos feitos por físicos geram resultados que se situam em qualquer lugar entre o zero e o infinito.

Obviamente, energia demais significaria problemas. A explosão poderia ser grande o suficiente para acabar com nosso sistema solar inteiro e tudo em volta dele. E é claro, energia infinita significaria destruição infinita, acabando não apenas com algumas estrelas, mas com tudo no universo inteiro.

Felizmente, nenhum cientista dos dias atuais é capaz de escavar o vácuo quântico. Por outro lado: um dia, conseguirão. E este dia talvez chegue antes do que você pensa: alguns estimam que por volta de 2020 a ciência estará pronta para tal. Esperemos que até lá os físicos tenham tornado seus cálculos mais precisos.

Então é esperar pra ver.
E falando em ver: como o famoso escritor de ficção científica, Arthur C. Clarke certa vez disse, quando você ver uma estranha e inexplicada explosão de energia vinda dos confins do cosmos (e existem várias), talvez seja uma civilização alien, explodindo-se enquanto faziam experiências com o vácuo quântico...


Fonte: Exit Mundi
Tradução: Adan Nada

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