Trecho do Gaucho de Los Angeles, p.66:
"...Marcéli era uma menina completamente imprevisível, tinha um humor muito instável, auto-estima elevada, mas ao mesmo tempo se mostrava muito carente e suas atitudes oscilavam entre a infância e a maturidade com muita intensidade.
Havia sido criada num regime de rigidez até os quinze anos e depois disso fizera uma rebelião pessoal que mudou completamente o seu comportamento, o que lhe custou muitas discussões familiares e até mesmo a perda de algumas regalias que tinha quando era uma menina comportada. Durante a adolescência procurou aproveitar a vida da forma mais proveitosa possível. Ia a todas as festas, freqüentava todos os clubes, tinha muitos amigos e muitos namorados também. Mas num belo dia, estava numa festa de formatura do segundo grau da escola do seu bairro e conheceu Clayton, onde ficaram juntos durante a noite toda. Dali pra frente, ela só lembrava que nunca mais haviam se desgrudado, estavam sempre juntos e viviam num processo de brigas e reconciliações. Clayton sempre demonstrava gostar dela e era a primeira vez que ele tinha esse tipo de surto de indiferença em relação a ela.
- Talvez esteja na hora de dar um tempo e ficarmos um pouco separados. Se conseguirmos dar continuidade sem o outro, vai ser sinal de que estava na hora de se separar mesmo. Mas se um dos dois não conseguir...- ela pensava enquanto pintava as unhas.
Só de imaginar a possibilidade de terminar aquele relacionamento duradouro, Marcéli desistia de todas as idéias de separação. No fundo, sentia uma certa dependência dele a ponto de se sentir mal por isso.
Decidiu esperar mais uma semana para que as coisas melhorassem, caso isso não acontecesse, ela iria o procurar e eles iriam decidir este impasse de alguma forma... "
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