17 de fevereiro de 2005

Filho mais velho de uma abastada família carioca, nasceu em Niterói, em 1944, e foi educado para administrar os negócios da família. O pai, diplomata, e os tios eram donos de banco e de uma corretora de valores. Ronaldo estudava economia e seguia obediente a trilha de herdeiro, mas quis o destino que um dia estivesse num certo bar, num certo dia de 1963 em que uma certa banda tocava Beatles. Ronaldo fornecia discos difíceis de se achar no Brasil e foi chamado ao palco pelos amigos para cantar uma música, por farra. Na platéia, um jovem executivo do mercado fonográfico viu no garoto de olhos azuis e rosto de príncipe a chance de ganhar um bom dinheiro. E assim foi criado Ronnie Von, o cantor.

Mas Ronnie, o príncipe do iê-iê-iê, cantava aquelas musiquinhas medíocres a contragosto. Se dependesse dele, estaria fazendo rock psicodélico. (..)

O disco com Os Mutantes (e os Beat Boys), lançado em 1967, arranjado por Rogério Duprat, traz, entre outras coisas, um cover para uma canção dos Hollies - Lullaby To Him, uma composicão de Caetano Veloso, que divide com ele os vocais, e uma enfiada de músicas estranhas. No mesmo ano de 1967, de sua parceria com o grupo Baobás que, a seguir, teve o ex-Mutantes e atual produtor Liminha entre seus membros, resultou o compacto com Winchester Catedral, em versão de Fred Jorge, e Menina Azul, em parceria com o guitarrista do grupo, Ricardo Contins. Mas foi com o disco seguinte, intitulado apenas Ronnie Von (veja na seção Discos Raros), lançado em 1968, que o Pequeno Príncipe perdeu definitivamente a inocência, desafiando padrões, fórmulas e pré-conceitos. (..)


#Ronnie Von - 1968

Um dos grandes discos da psicodelia e do tropicalismo, que traz o cantor da Jovem Guarda, Ronnie Von, acompanhado por orquestra e conjunto - Os Brasas, com arranjos e produção musical do maestro concretista Damiano Cozzella, parceiro de Rogério Duprat.

Quarto disco de Ronnie Von, depois dos sucessos de Meu Bem/Girl (The Beatles) e A Praça, e do também raro terceiro álbum, com Os Mutantes, marcou o rompimento do artista com a fórmula clássica da Jovem Guarda. No álbum, Ronnie Von apresenta experimentalismos inéditos para época, que deram uma característica de vanguarda tão radical à obra, que o músico terminou praticamente alijado do mercado discográfico nacional. (..)

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