Raças humanas podem ser cientificamente definidas
Contrariando a idéia defendida desde meados do século XX, "podemos definir cientificamente as raças da espécie humana", afirmam três pesquisadores americanos em um artigo que será publicado amanhã pela revista francesa La Recherche.
No artigo "As raças humanas existem?", Marcus Feldman, do departamento de biologia da Universidade de Stanford; Richard Lewontin, do museu de zoologia comparada da Universidade de Harvard; e Mary-Claire King, do departamento de genonomia e medicina da Universidade de Washington, lembram que nos últimos 50 anos a raça foi definida pelas "diferentes características dos indivíduos dentro de uma espécie".
A partir de 26 de junho de 2000, quando os cientistas decifraram 95% da seqüência do genoma humano, "pudemos reagrupar as pessoas segundo as regiões geográficas de que tiveram origem", destacam os especialistas.
Os estudos mostram que, na realidade, "a variação genética está essencialmente no interior de cada grupo e muito pouco entre os grupos". Além disso, "as diferenças genéticas entre as regiões geográficas são muito tênues, em comparação as observadas dentro de cada população local".
Estas afirmações relançam o debate sobre a polêmica teoria da existência de raças humanas, lembrando que a definição das raças em si não representa nenhum perigo, mas sim a interpretação que se pode fazer disso.
Os autores do estudo reconhecem que "o uso que se pretende fazer em medicina de uma classificação por raças é suspeito". Se as raças podem realmente ser definidas, isso não significa que será sempre pertinente usar estes critérios em medicina: "Se nós queremos utilizar com eficácia o genótipo para fazer diagnósticos, não é a raça que importa, mas as informações sobre o passado do paciente", concluem os três pesquisadores.
Fonte: Terra
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